Apesar do local onde actualmente está situada a cidade ter tido ocupação humana desde a pré-história[1], e de no tempo do Império romano ter pertencido à diocese de Complutum (actualmente Alcalá de Henares), as primeiras referências históricas relevantes aparecem apenas no século IX. Durante o reinado de Muhammad I, foi mandado construir um pequeno palácio na localidade; hoje em dia, no sitio onde antes se erguia esse edifício, está o Palácio Real de Madrid. Em torno desse palácio desenvolveu-se uma povoação de poucos habitantes chamada al-Mudaina. Perto do palácio, corria o rio Manzanares ao qual os muçulmanos chamaram al-Majrīṭ (árabe: المجريط, "fonte de água").
O nome evoluiu para Majerit, e mais tarde transformou-se em Madrid. A povoação foi conquistada em 1085 pelo rei Afonso VI de Castela, na investida militar que visava chegar à cidade de Toledo. A mesquita foi adaptada, e passou a ser uma igreja dedicada à Nossa Senhora de Almudena (almudin, o celeiro). Em 1329, as Cortes Generales instalaram-se na cidade aquando da estada de Afonso XI de Castela. Sefarditas e mouros puderam permanecer na cidade, tendo sido expulsos mais tarde no século XV[2].
Após um grande incêndio que destruiu parcialmente a cidade, o rei Henrique III de Castela (1379–1406) ordenou a reconstrução da mesma; o monarca ficou instalado num palácio no exterior da cidade, El Pardo. O reino de Castela, cuja capital era Toledo, e o de Aragão, com a capital em Saragoça, uniram-se formando a Espanha devido aos Reis Católicos (Isabel de Castela e Fernando II de Aragão)[2]. Em 1561, o rei Filipe II (1527–1598) mudou a corte de Sevilha para Madrid, tornando a cidade na capital de Espanha, apesar de não ter havido uma cerimónia que assinalasse esse facto. Sevilha continuava a controlar todo o comércio das colónias espanholas, mas Madrid controlava Sevilha [3]. Salvo um período, entre 1601-1606, em que o rei Filipe III transferiu a capitalidade para Valladolid, Madrid foi até hoje a capital de Espanha. Durante o Siglo de Oro (Século de Ouro), fim do século XVI e o princípio do XVII, Madrid era uma capital diferente das grandes capitais europeias, tanto em termos de população, que era bastante pequena para a importância da cidade, como também em termos económicos; a economia madrilena dependia principalmente das Cortes, não existindo outras actividades económica relevantes[3].
No final do século XIX, a rainha Isabel II não conseguiu suster a tensão política o que culminou na Primeira República Espanhola. A república durou apenas dois anos, voltando-se novamente à monarquia. Mas a situação política não era estável e, em 1931, iniciou-se a Segunda República Espanhola; a esta seguiu-se a Guerra Civil Espanhola[3]. Madrid sofreu muito com a guerra; as ruas da cidade eram autênticos campos de batalha devido ao facto de ser um dos principais núcleos republicanos em Espanha. Durante esta guerra, foi alvo dos primeiros bombardeamentos aéreos contra civis da história da Humanidade. Mais tarde, já durante a ditadura de Francisco Franco, principalmente nos anos 60, o sul de Madrid tornou-se numa área muito industrializada e assistiu-se a um êxodo rural a grande escala que fez disparar a população da cidade.
Após o falecimento de Franco, os novos partidos políticos (incluindo os militantes de esquerda e os republicanos) aceitaram o desejo de Franco de ser sucedido pelo legítimo herdeiro ao trono de Espanha, Juan Carlos I, para que a estabilidade e democracia tivessem continuidade. Desta forma culminou-se na actual situação política espanhola, uma monarquia constitucional, cuja capital é Madrid[3]. A prosperidade dos anos 80 fez com que a cidade consolidasse a sua posição no que diz respeito à economia, indústria, cultura, educação e tecnologia na Península Ibérica[3].
A 11 de Março de 2004 a cidade sofreu uma série de atentados com mochilas bomba em quatro comboios da rede Cercanías de Madrid. Os atentados, os maiores sofridos em Espanha e na União Europeia, levaram a vida a 191 pessoas e deixou mais de 1900 feridas[4]. Três anos após esse triste episódio os reis de Espanha inauguram na praça Carlos V um monumento comemorativo dedicado às vítimas do atentado. Em 2006, Madrid foi palco de mais um atentado terrorista, desta vez no Aeroporto Madrid-Barajas; foi da autoria da ETA. Tirou a vida a duas pessoas e feriu outras 19[5].
Madrid apresentou uma candidatura para realizar os Jogos Olímpicos de Verão de 2012, tendo no entanto perdido para a cidade de Londres. Contudo, o alcaide não cedeu e fez já com que fosse apresentada uma candidatura para os Jogos Olímpicos de Verão de 2016[6].
Nenhum comentário:
Postar um comentário